A Lembrança

O que é a lembrança?
Essa desgraça independente que atormenta
É antes de tudo uma herança
Da arte em vício ou virtude que se experimenta
Tem serventia pra destruir uma paz que sobra
Quando o pêndulo dum relógio o enamorado sufoca
E reconstruir as ruínas da retidão que lhe cobra
Protegendo o amor-próprio que ainda o toca
A lembrança é uma obra
Dos dias, atividades e de belas aventuras.
Da carne que esforça e manobra
Paliativos para dores menos duras
Ora, ora, caralho de aparelho telefônico!
Fraudulento instrumento de esperanças dedutivas!
Te parto qualquer dia num arremesso supersônico!
Espatifando na parede tuas falsas expectativas!
A lembrança é o murmurar do passado
Que por não ter boca, gera o eco oco
Das imagens dum cérebro admirado
Trazendo remotas vontades num presente mouco
Tu és o escorço das vontades repetidas
E oculta premonição do que já aconteceu
Mãe indômita de nostalgias incontidas
Fomento de tudo que se aprendeu
Aprender te domar é uma tarefa enfada
Por que aprender já é relembrar
E se fracassa esquecer a lembrança evitada
Quando se lembra o que não se deve lembrar
Mas também aflige a alma
Mesmo quando és agradável
Quando o vício de lembrar tira a calma
Querendo viver o pretérito afável
És triste ou alegre, mas és sempre melancólica. (oh Lembrança!)
Lembrança das eras, anos, horas e estações
Sempre sábia, professora gentil ou diabólica
Empirista ressuscitadora de emoções
Incessante tu continuas a me acossar
Flagelando-me saudades oníricas do meu ser
Em desejos insatisfeitos o verdugo a me matar
Até que um dia me torne apenas como você
Essa desgraça independente que atormenta
É antes de tudo uma herança
Da arte em vício ou virtude que se experimenta
Tem serventia pra destruir uma paz que sobra
Quando o pêndulo dum relógio o enamorado sufoca
E reconstruir as ruínas da retidão que lhe cobra
Protegendo o amor-próprio que ainda o toca
A lembrança é uma obra
Dos dias, atividades e de belas aventuras.
Da carne que esforça e manobra
Paliativos para dores menos duras
Ora, ora, caralho de aparelho telefônico!
Fraudulento instrumento de esperanças dedutivas!
Te parto qualquer dia num arremesso supersônico!
Espatifando na parede tuas falsas expectativas!
A lembrança é o murmurar do passado
Que por não ter boca, gera o eco oco
Das imagens dum cérebro admirado
Trazendo remotas vontades num presente mouco
Tu és o escorço das vontades repetidas
E oculta premonição do que já aconteceu
Mãe indômita de nostalgias incontidas
Fomento de tudo que se aprendeu
Aprender te domar é uma tarefa enfada
Por que aprender já é relembrar
E se fracassa esquecer a lembrança evitada
Quando se lembra o que não se deve lembrar
Mas também aflige a alma
Mesmo quando és agradável
Quando o vício de lembrar tira a calma
Querendo viver o pretérito afável
És triste ou alegre, mas és sempre melancólica. (oh Lembrança!)
Lembrança das eras, anos, horas e estações
Sempre sábia, professora gentil ou diabólica
Empirista ressuscitadora de emoções
Incessante tu continuas a me acossar
Flagelando-me saudades oníricas do meu ser
Em desejos insatisfeitos o verdugo a me matar
Até que um dia me torne apenas como você
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