Falida Vontade


Agora eu estou muito cansado
De tudo, do riso e do choro
Até a poesia ficou no passado
Rúido morto do maestro sem coro
Esta poesia é sem métrica e doente
Se é que ainda é poesia
A caneta é livre só na forma
Mas presa na limitada mente
(Que já não reza, não canta e não ora)
(Sem inspiração, cansada de rotina)
(Não teme e nem faz mas a hora)
(Escrevo com preguiça cretina)
Nem o cansaço que azia
Mas a falta de estímulo
Se torna só me trás letargia.
Como velho aspirando o túmulo
Estou enjoando de tudo
Pra que servirá viver tanto?
Repetido tudo como chato estudo
Preciso fugir, renovar o espanto
E é isso, dane-se a obrigação, este estorvo...
Danem-se o proibido e o dever da rotina
...pois o cansaço na mente é pior que o do corpo
Dane-se a teoria da reencarnação, que sina!
Viver as vezes cansa
Como o pêndulo do relógio
Que balança
Faz dedos estrangularem-se
D`angústia de ver repetições
acumularem-se
Dane-se o velho e a experiência
Melhor sofrer o inédito do que sorrir
No mesma prévia consequência
Pra sonhar mesmo quero dormir e dormir
O que é ser feliz ? Se não uma boa inconsequência!
O carinho repetido é como insistente mosca!
Dane-se a vivência repetida e limitada!
Dane-se quem odiou esta mensagem tosca!
Dane-se este que escreve de mente resumida e cansada!
(Porque eu também odiei sem querer)
(Vontade é o tudo e profundo)
(A Verdade é a verdadeira vontade do ser)
(O grande tesão e sintoma do mundo)









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