CONFESSO PECADOR
Confesso ser um animal nojento
Estulto, de espírito pobre
Mesmo com mui conhecimento
À outros escondendo meu opróbrio
E de falar a verdade orgulhoso
Quando minto pra mim próprio
Confesso da noite e do dia
De ter vivido a impureza
Ter maltratado a alegria
E noutros fomentado tristeza
Se Deus me perdoa, remissor
Afirmo não merecer perdão
Confesso ser asco pecador
Repulsivo qual escorpião
Ser evocante do orco, ser caído,
Soberbo e infame homem
Enganador, ingrato e atrevido
Que a força das trevas consomem
Ser cavernoso pecador, poluto
Falto de pudor e imoral
Viciado em boemia, prostituto
Notável pervertido sexual
Se Deus me perdoa ainda
Me envergonho de sempre repetir
O pecado, no vício que não finda
Novamente qu'eu torno à cair
De coisa que não favorece
E da preguiça exagerada
Quando o labor me carece
Ser criatura bestial e errante
Dos pensamentos sujos que sinto
Surgido da caverna, monstro relutante
De concupiscência faminto.
Se deus me perdoa, totipotente
Peço que lave meus pecados
Me faça mudar completamente
Pra vida dos Bem-aventurados
Me arranque do mal as raízes
Pra eu deixar de ser um fanfarrão
Ou o bêbado das meretrizes
Facundo enganador, charlatão
Me livre da azagaia afiada
Que transpassada injustamente
O coração d'um'alma pertubada
Empalando-me intimamente
Ser desgraçado, que pro mal
Influencia as companhias
Pondo no caminho do umbral
Até os que me criam simpatias
Iníquo elemento de estorvo antigo
Cruel de língua, valente em rufiar
Que enganou seu melhor amigo
Traiçoeiro albatroz à voar
Se Deus me perdoa
Cantem ó anjos sua magnanimidade
E levitas não parem à toa
Louvem fiéis em sinceridade
Pois ainda que não merecido
De misericórdia sou alcançado
Sendo iníquo eu e corrompido
Minhas preces ter escutado
Meu Pai,
Excelente
E sagrado também
Me dai
Paz de mente,
Obrigado, Amém
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