POEMA SEM SENTIDO
Ó poema feito às presas sem pensar
Por um moço bêbado e afligido
De fantasias a procurar
Bocas loucas que falam intermitentes
Às molezas, festas, da agonia fremem
Na pobreza de suas mentes
O caminho ainda é tão vasto à frente.
Do pó que eu traguei só vai
Me lembrar a rubra semente
O que eu quero eu já não quis
Corpos em profundo coito onírico
Misturam-se e pedem bis
Meu dinheiro se desmancha pelas noites
Os meus pés estão doendo
E o meu corpo como em açoites
Veja só até onde foi o menino
Que só queria ser especial
Mendigo por um desatino
Será que tudo precisa de sentido
Se cada um sempre muda e
Interpreta o preferido
De repente este poema você lê
E não sabe o que significa
Mas tem sua forma de ver
Então se conforme como pode ver
Pois seu estilo de enxergar
Faz a sorte e o azar acontecer
Um poema sem sentido se alteia
Com o deus do vinho ainda
Fluindo pela minha veia
O vinho e o sangue se acham no meu rosto
Da noite passada, na boca sedenta
O beijo sujo de mosto
Palavras vazias nas areias da estrada
A sombra do amor se enxergou
E a luz do foco ela navegou
Mas um raro amigo doce que parte
Deixa um vácuo com o motivo
Que o meu coração se reparte
Um poema sem sentido ao leitor
Quando este se depara diante
De tantos sentidos do autor
Sem a rima ou regra preferida
Como a vida sem regra, sem previsão,
Nos assusta com sua corrida
O talento não é mais que um desalento
Deixado pelo sobejo de deuses
No homem, o seu vil experimento
Ó vida que chora e sorri insana
Trás pra mim um sentido objetivo
Me faz atingir meu nirvana
Ainda ébrio enquanto escrevo
Bebendo Hendrix e ouvindo vinho
Esses rabiscos me atrevo
Logo logo essa dúvida acabará
Ressacada física e psicológica
A dor de cabeça virá
Só queria por três dias dormir em sigilo
Esquecer desse tosco Holoceno
E visitar o onírico tranqüilo
Já sou o mesmo do ontem futuro
Deixei o doloso passado de amanhã
E recuperei meu caminho duro
A gratidão, a mais sábia das qualidades
Que ensina ao próprio instrutor
Os raros prêmios das felicidades
Um poema mesmo sem sentido
Parido, cuspido, criado e borrado
Mostra sentido em não ter um sentido
Quando todos ainda sentem um bocado
De expressões com o passado sentido
Das lembranças do sentido intocado
Pois todos sempre sentem um passado
Dando sentido ao que não tinha sentido
Mesmo que não se escreva esse dado
Hoje meu suor é sangue escuro
O cruor de uvas fermentadas
Tragado no raiar do obscuro
Mas quero é beber dos fartos seios,
Farejar o odor desnudo da musa
Que permeia meus secretos anseios
Nesse poema de vontades em vapor
Sem sentido, com cem sentidos
Soltos na minha boca no sabor
De frases loucas, na palavra abrupta
Cem sentidos em cem linhas e sem linha
De pensamento ininterrupta
A chaga de morte que sara meu orgulho
Trás para mim só o sabor do mel, do fel
Do mar de prazeres onde mergulho
E a coruja me ensina na noite voar errante
Num coração que é profundo
Com uma lanterna de Hierofante
Lágrimas servem de tira-gosto na língua
Desandando o sabor do Malbec 2002
Num pranto onde o riso morre à míngua
O sol cresce, meu dia aquece na terra nua
No mar se deita, no horizonte fervente
Roxo por ter levado um soco da lua...
...E o GIRAMUNDO virá finalmente
Por um moço bêbado e afligido
De fantasias a procurar
Bocas loucas que falam intermitentes
Às molezas, festas, da agonia fremem
Na pobreza de suas mentes
O caminho ainda é tão vasto à frente.
Do pó que eu traguei só vai
Me lembrar a rubra semente
O que eu quero eu já não quis
Corpos em profundo coito onírico
Misturam-se e pedem bis
Meu dinheiro se desmancha pelas noites
Os meus pés estão doendo
E o meu corpo como em açoites
Veja só até onde foi o menino
Que só queria ser especial
Mendigo por um desatino
Será que tudo precisa de sentido
Se cada um sempre muda e
Interpreta o preferido
De repente este poema você lê
E não sabe o que significa
Mas tem sua forma de ver
Então se conforme como pode ver
Pois seu estilo de enxergar
Faz a sorte e o azar acontecer
Um poema sem sentido se alteia
Com o deus do vinho ainda
Fluindo pela minha veia
O vinho e o sangue se acham no meu rosto
Da noite passada, na boca sedenta
O beijo sujo de mosto
Palavras vazias nas areias da estrada
A sombra do amor se enxergou
E a luz do foco ela navegou
Mas um raro amigo doce que parte
Deixa um vácuo com o motivo
Que o meu coração se reparte
Um poema sem sentido ao leitor
Quando este se depara diante
De tantos sentidos do autor
Sem a rima ou regra preferida
Como a vida sem regra, sem previsão,
Nos assusta com sua corrida
O talento não é mais que um desalento
Deixado pelo sobejo de deuses
No homem, o seu vil experimento
Ó vida que chora e sorri insana
Trás pra mim um sentido objetivo
Me faz atingir meu nirvana
Ainda ébrio enquanto escrevo
Bebendo Hendrix e ouvindo vinho
Esses rabiscos me atrevo
Logo logo essa dúvida acabará
Ressacada física e psicológica
A dor de cabeça virá
Só queria por três dias dormir em sigilo
Esquecer desse tosco Holoceno
E visitar o onírico tranqüilo
Já sou o mesmo do ontem futuro
Deixei o doloso passado de amanhã
E recuperei meu caminho duro
A gratidão, a mais sábia das qualidades
Que ensina ao próprio instrutor
Os raros prêmios das felicidades
Um poema mesmo sem sentido
Parido, cuspido, criado e borrado
Mostra sentido em não ter um sentido
Quando todos ainda sentem um bocado
De expressões com o passado sentido
Das lembranças do sentido intocado
Pois todos sempre sentem um passado
Dando sentido ao que não tinha sentido
Mesmo que não se escreva esse dado
Hoje meu suor é sangue escuro
O cruor de uvas fermentadas
Tragado no raiar do obscuro
Mas quero é beber dos fartos seios,
Farejar o odor desnudo da musa
Que permeia meus secretos anseios
Nesse poema de vontades em vapor
Sem sentido, com cem sentidos
Soltos na minha boca no sabor
De frases loucas, na palavra abrupta
Cem sentidos em cem linhas e sem linha
De pensamento ininterrupta
A chaga de morte que sara meu orgulho
Trás para mim só o sabor do mel, do fel
Do mar de prazeres onde mergulho
E a coruja me ensina na noite voar errante
Num coração que é profundo
Com uma lanterna de Hierofante
Lágrimas servem de tira-gosto na língua
Desandando o sabor do Malbec 2002
Num pranto onde o riso morre à míngua
O sol cresce, meu dia aquece na terra nua
No mar se deita, no horizonte fervente
Roxo por ter levado um soco da lua...
...E o GIRAMUNDO virá finalmente
Comentários
..expressivamente autobiográfica
e multi-nostálgica
um abraço