O jovem mago, o mestre e o amor


Bagatela não há para o amor
De sorte que se ganha-o sem pagar
E quando se perde, sofredor
É o que não lhe pode recuperar

Estes dias reencontrei o velho mestre
Que anos atrás só a mim ensinou
Magias e feitiços dum livro-teste
Contudo uma nem sempre funcionou

O velho olhou para mim dizendo
Esta magia não pude lhe ensinar
Os mestres estão até hoje aprendendo
1000 anos de treino pra aprender a amar

Ouvindo tal rumor me alarmei
Nem Hazelnut, o sábio eremita sabia
Por quanto tinha ensinado tudo o que sei
Mas o controle do amor não podia

""-Jovem plebeu!", não se desespere!"
Falou-me o antigo mentor
"-Não há receitas, apenas espere
E compreenderás a magia do amor"

"O pouco que lhe ensinei do muito é essência
"Teus mestre agora é o tempo e a dor"
"Que te discipula pela tua inconsequência"
"Sofres e aprende sem cessar teu labor"

Velho Hazelnut, não vá logo embora!
Ensine-me só mais uma nova magia
Não deixe-me só no pranto desta hora
Como livro-me de apagar tal agonia?

E o velho mestre sumindo me olhou
Meus olhos dando à minha boca beber
Compassivo e frio em último declarou
"-Não sei bem, mas ouve meu dizer:"

"Um amor é jóia por tua coluna alçada"
"E nesta está o mistério do seu durar"
"Mas há sempre outra coluna fadigada"
"Aguardando teu tombo, pra tua jóia ostentar"
"Se tua coluna ruir, à sorte te lança!"
"E nada podes fazer que te adiante"
"A outra coluna apeteces a queda com esperença"
"Pra que tu novamente tua jóia levante."

Dito isto o velho ançião se despediu
Eu agradeci a última preleção
Velho mestre, minha coluna já ruiu!
Como opero sua reconstrução??

Sou um tolo, parvo, esquálido e maldito
Não sei, nem conheço os ardis do galante
Em noites de fumo e cigarro ando aflito
Querendo esquecer minha borboleta brilhante


Não sou filósofo, nem pensador só escrevo um borralho
Apenas sei tocar meu velho violão sem tom
Só pra aliviar isso que dói pra caralho!!!
Não sou músico, nem poeta, sou apenas dom

Não tenho brio, brida, só o copo de Lieu
Que me entorpece a mente da lamúria
Pois perdi um coração que era só meu
Inferno da vida fiz. da alegria, penúria

Mas o velho entre as moitas evanesce
E diz:"Das minhas palavras não te esquece!"
"Perseverança e honestidade à tua alma enobrece"
"Logo tenha isso, terás o que merece".


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